Unipaz São Paulo

Viver a natureza dentro e fora

“Todo jardim começa com um sonho de amor.
Antes que qualquer árvore seja plantada
ou qualquer lago seja construído,
é preciso que as árvores e os lagos
tenham nascido dentro da alma.

Quem não tem jardins por dentro,
não planta jardins por fora
e nem passeia por eles…”

Rubem Alves

É quase que orgânico usar a natureza como metáfora para falar da nossa vontade de crescer, evoluir … desabrochar.  Mas será que isso é  um hábito ou fazer essa comparação mostra a nossa verdadeira natureza?

A natureza humana é irmã gêmea da natureza animal, mineral e vegetal. Sem hierarquia, nem separação. A gente sente da mesma forma o calor do sol (embora muitos fujam para o ar-condicionado), a água fresquinha, o vento, o tempo e a firmeza da terra que sustenta todas as espécies deste planetinha azul.

Na fantasia de que nós, humanos, podemos controlar a natureza, esquecemos de nos unir a ela para aprender suas lições sobre como viver com mais simplicidade momentos por vezes bastante complexos.

Como assim a natureza pode ensinar a gente a viver com mais simplicidade? 

Já pensou que maravilha se sentir rio e saber que é possível seguir o seu curso mesmo com obstáculos à frente? E na hora que a gente perde o chão? É fácil: a gente aproveita a queda para acessar nossas forças  e virar cachoeira. Depois, quando encontrar o chão de novo, acalma a vida em um lago cristalino.

Pode ser mais simples. Pode ser mais bonito. Pode ser mais tranquilo viver o que a gente precisa experimentar acessando a nossa natureza essencial.

Então, aproveite que é setembro e comece a observar como os dias mais claros agem sobre você. Talvez um despertar mais cedo, mesmo que vire para outro lado e volte a dormir embalado pelo canto de um passarinho. Quem sabe uma vontade de usar roupas coloridas, encontrar as pessoas… Olhar para uma flor bonita e simplesmente sorrir de tanta beleza.

Daí  talvez você sinta no seu corpo uma empatia pela história dessa flor, todo o percurso cheio de mudanças que trilhou para se tornar quem nasceu para ser. Começou como semente, criou raízes, rompeu o solo e lançou folhas ao sol, para depois crescer, florescer e manifestar sua essência no mundo.

Quem sabe seja por isso mesmo que ela tenha conseguido fazer você se abrir em um sorriso. Pelo encontro das duas naturezas que se compreendem profundamente naquilo que vieram fazer no mundo: florescer.

Usando pela última vez nossa metáfora que não é metáfora, que tal resgatar todo o potencial da sua semente, fortalecer suas raízes, fertilizar o seu propósito, regar-se com água limpa, voltar-se para o que ilumina a sua vida e simplesmente crescer e florescer?

De repente, a gente pode encontrar nesse caminho outras sementes prontas para brotar, virar muda e fazer a mudança. Assim será possível plantar nesse mundo um imenso jardim. E passear nele, como diria Rubem Braga. 

Lenita Fujiwara é terapeuta transpessoal, escritora, taróloga e mentora na equipe de comunicação da Unipaz São Paulo.

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