É uma capacidade que nasce com o ser humano e o acompanha durante toda a sua existência: aprender com a vida a cada instante é um convite ao crescimento e, ao mesmo tempo, uma necessidade nos tempos atuais. Compreender a capacidade de aprender ou reaprender tem ganhado cada vez mais relevância em um mundo mutável e complexo.
Quantas vezes você teve que se reinventar diante de situações que não sabia lidar com as ferramentas que tinha em mãos? Nesses momentos, descobrimos uma das maiores lições do aprendizado: abrir nossa mente para novas ideias, ir ao encontro do desconhecido e, ao entrarmos em contato com ele, reorganizar o que havíamos aprendido antes, ampliando nosso repertório para viver com autenticidade a nossa relação conosco, com o outro e com o ambiente.
Você gosta de ser um aprendiz?
Na cultura em que vivemos, dificilmente alguém afirmaria que gosta de ser um aprendiz. Gostamos de ser os especialistas, os profissionais de sucesso, pois somos ensinados a nos avaliar a partir de parâmetros externos calibrados pelas exigências do mercado.
Aqui cabe um alerta: a avaliação realizada sob essa perspectiva normalmente aponta para aquilo que não fizemos bem. Ou seja, somos avaliados pelo que “não deu certo”, pelo que falta em nós. Partimos do princípio de que nunca somos suficientemente bons e, em função disso, vivemos uma busca insana para alcançar os padrões mais altos de desempenho e conhecimento. Ou ainda podemos nos colocar em um lugar perigoso da vitimização, entrando em um grande círculo vicioso, onde nos impomos a obrigação de dar conta ou, ao contrário, fugimos daquilo que não conseguimos enfrentar. Tudo isso pode nos distanciar cada vez mais “do valor que já possuímos por ser quem somos”.
Que tal olhar tudo isso de um jeito diferente?
Vamos experimentar trocar o olhar que julga pelo olhar que aprecia. Isso implica observar cada detalhe de quem somos, da nossa singularidade, da nossa história, dos nossos pontos fortes, do nosso repertório e da nossa expressão única.
Apreciar é direcionar o nosso olhar para os recursos positivos que possuímos e isso faz com que eu reconheça o mesmo no outro. Apreciar nos convoca a investigar qual é a nossa relação com o nosso próprio valor e, para isso, precisamos nos reconectar com nossos próprios recursos e forças de um jeito muito amoroso e profundo.
O olhar que aprecia é uma forma inovadora de potencializar transformações tanto na dimensão pessoal, quanto na dimensão da sociedade e do ambiente.
Como se treina o olhar que aprecia?
O primeiro passo é olhar para a nossa história, valorizando cada conquista, cada aprendizado, cada superação, cada ponto forte, cada escolha que fizemos diante das demandas da vida.
Olhar para esses atos, reconhecendo que podem ter parecido pequenos frente ao olhar do outro, porém foram gigantes na construção do ser que somos. Afinal, foram eles que nos trouxeram até o momento presente.
Ao fazer essa investigação minuciosa, vamos descobrindo o que deu sentido à nossa vida, mais ainda, nos damos conta que somos livres para fazer novas escolhas, desafiando nossos próprios referenciais. E isso pode gerar mudanças significativas.
Talvez esse seja o grande ensinamento: reinventar o aprender a aprender, começando por ressignificar e fortalecer o nosso valor. Quanto mais nos valorarmos, mais fortes estaremos para ocupar o nosso lugar de forma inteira, podendo valorar o outro e todo o entorno. E isso é vital para inspirarmos ações de mudança na construção de um mundo mais pacífico e sustentável.
E você: já começou a apreciar o seu valor?
Lenita Fujiwara é redatora, reikiana, aprendiz de pós-graduação em Psicologia Transpessoal e membro da equipe de Comunicação da Unipaz SP, além de practitioner de Barras de Access e terapeuta Alquímica Floral.
Nelma da Silva Sá é Facilitadora, Educadora, Pedagoga e Administradora de empresas. Coach de Processo de Transição Profissional. Especialista em Dinâmica Organizacional, Gestão e Ambiente de Trabalho. Pós-graduada em Transdisciplinaridade e Desenvolvimento Integral do Ser Humano pela Universidade Internacional da Paz. Experiência em Organizações Privadas com foco em implantação de Projetos e Desenvolvimento de Equipes e Lideranças. Cofundadora, Presidente e Coordenadora Pedagógica da Unipaz São Paulo. Facilitadora dos Programas: Eneagrama, Autogestão, Educação Ambiental e A Arte de Viver a Vida de Pierre Weil.