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O estigma associado às doenças mentais

A redação do Enem deste ano, levando em conta a pandemia que assolou o planeta, trouxe uma reflexão sobre os preconceitos em torno da saúde mental, com o tema “O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira”.

Primeiramente, vamos entender o que são doenças mentais. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), não existe uma definição oficial para o conceito de saúde mental. O termo está relacionado à forma como uma pessoa reage às exigências, desafios e mudanças da vida e do modo como harmoniza suas ideias e emoções. (https://www.einstein.br/saudemental, acessado em 21/01/21)

Transtornos mentais são disfunções no funcionamento da mente, que podem afetar qualquer pessoa e em qualquer idade e, geralmente, são provocados por complexas alterações do sistema nervoso central. 

Existem diversos tipos de transtornos mentais, que são classificados em tipos, como por exemplo: ansiedade, depressão, transtornos alimentares, esquizofrenia, estresse pós-traumático, transtorno bipolar, transtorno obsessivo compulsivo, somatizações, transtornos de personalidade, etc.

De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde, em todo o mundo há mais de 1 bilhão de pessoas afetadas por transtornos psicológicos. Entre as principais doenças elencadas estão a depressão, com cerca de 300 milhões de pacientes; transtorno afetivo bipolar com 60 milhões de pessoas; demência que acomete em torno de 50 milhões e esquizofrenia afeta 23 milhões de pessoas. A organização aponta ainda que cerca de 800 mil pessoas por ano cometem suicídio, 1 a cada 40 segundos.

Os sistemas de saúde ainda não responderam adequadamente à carga dos transtornos mentais. Como consequência, a distância entre a necessidade de tratamento e sua oferta é ampla em todo o mundo. Em países de baixa e média renda, entre 76% e 85% das pessoas com transtornos mentais não recebem tratamento. Em países de alta renda, entre 35% e 50% das pessoas com transtornos mentais estão na mesma situação. Um outro problema é a má qualidade dos cuidados prestados a muitos que recebem tratamento. Além do apoio dos serviços de saúde, pessoas com transtornos mentais precisam de apoio e cuidados sociais.  (https://www.paho.org/pt/topicos/transtornos-mentais, acessado em 21;01;21)

Segundo os dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil é o país com maior prevalência de depressão da América Latina e o segundo com maior prevalência nas Américas, tendo também um alto índice de ansiedade.

(Globo.depressao-cresce-no-mundo-segundo-oms-brasil-tem-maior-prevalencia-da-america-latina.ghtmlNo Title [Internet]. [cited 2018 Apr 24])

Infelizmente, ainda existe muito preconceito em relação às doenças mentais. Os próprios pacientes têm medo de tomar os remédios e muitos se recusam a fazer psicoterapia que, na maioria dos casos,  ajuda a encontrar a causa desses transtornos. O preconceito da sociedade é um dos fatores que gera o medo no paciente, sendo que o medo o  bloqueia, impedindo-o de enxergar as inúmeras possibilidades de transformação diante dos problemas.

A Psicologia Transpessoal compreende o ser humano em seus aspectos bio-psico-social-espiritual e cósmico, nos seus diversos níveis de consciência, ampliando a capacidade de percepção do sujeito, e orientando o paciente para uma melhor integração da sua vivência. Quanto maior a consciência do paciente em relação a sua situação, maior também a consciência de sua própria inteireza, encontrando mais facilmente uma nova direção na sua jornada. Pela expansão da consciência, ele pode acessar memórias de experiências mal resolvidas e, consequentemente, liberta-se dos seus medos.

Pierre Weil define a Psicologia Transpessoal como um ramo da Psicologia especializada no estudo dos estados de consciência, lidando mais especificamente com a “Experiência Cósmica” ou estados ditos “Superiores” ou “Ampliados” da consciência. Estes estados de consciência consistem na entrada numa dimensão fora do espaço-tempo tal como costuma ser percebida pelos nossos cinco sentidos. É uma ampliação da consciência comum com visão direta de uma realidade que se aproxima muito dos conceitos de física moderna (Weil P. A Consciência Cósmica – Introdução à Psicologia Transpessoal. Petrópolis: Vozes, 1999).

Desta maneira, esperamos ter contribuído para uma melhor compreensão dos transtornos mentais, lembrando que o autoconhecimento e a autopercepção propiciam um despertar para o nosso Ser Integral Saudável.


Magaly Sola Santos, Psicóloga, Pós-graduada em Psico-Oncologia,  Especialista em Depressão e Psicologia Transpessoal pela Alubrat São Paulo, onde atua como focalizadora.  Membro do NUPE Joanna de Ângelis – Núcleo de Psicologia da Associação Médica Nova Friburgo e do Proser- Programa de Saúde,  Espiritualidade e Religiosidade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas e aspirante ao CIT – Colégio Internacional dos Terapeutas. Mestranda na FMUSP-HC com a pesquisa Acesso à Saúde e Perfil Diagnóstico em Pacientes Atendidos em Grupos de Tratamento Espiritual para Depressão.  Autora do livro Descobrindo o Ser Integral – A Transpessoalidade nas Obras do Espírito Joanna de Ângelis.

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