Culturas do mundo inteiro incluem os elementos da natureza nas suas tradições filosóficas, religiosas ou mitológicas. As mais conhecidas entre nós talvez sejam as presentes na base filosófica da medicina indiana Ayurvédica, na filosofia chinesa e na acupuntura.
No livro Astrologia, Psicologia e os Quatro Elementos, consta que a antiga filosofia grega também se baseava na doutrina dos elementos, que eram equacionados com as quatro faculdades do homem: moral (fogo) estética e alma (água), intelectual (ar) e física (terra).
A Europa da Idade Média e da Renascença importou a ideia dos quatro elementos dos escritos de Galeno e relacionou-os com os quatro “humores”, origem dos quatro temperamentos humanos. Estes são encontrados em todos os antigos livros de medicina da Europa, assim como nas obras de Shakespeare e de outros artistas literários.
Mais do que símbolos, ideias, conceitos ou crenças abstratas, os quatro elementos referem-se às forças vitais que se manifestam em toda a natureza e podem ser percebidos pelos nossos sentidos. O ar, por exemplo, refresca a terra, e qualquer jardineiro sabe como é importante arejar o solo. Quando olhamos para a roupa lavada, secando ao ar livre em um dia de vento, estamos contemplando o excesso de ar secando a água. Os exemplos são infinitos e nos levam à conclusão de que a mistura desses elementos compõe tudo o que nos cerca.
Kaká Werá conta que a tradição dos povos indígenas brasileiros considera os Quatro Elementos como as Inteligências Sagradas do Ar, do Fogo, da Água e da Terra que nos habitam.
Alguns escritores modernos consideram que os elementos são os “construtores invisíveis das estruturas da vida” e, ao fluírem em harmonia, são geradores de saúde física e mental.
Compreender as forças da natureza presentes em cada um de nós, recordando e integrando esses elementos, coloca o nosso ser em estado de fluxo, e é esse estado que potencializa a nossa força de ação.
Será que conseguimos reconhecer a nossa relação com os elementos da natureza? Será que eles podem nos curar?
Se ampliarmos nossa visão e nos reconhecermos como natureza, podemos equilibrar os quatros elementos em nós por meio da alimentação, do silêncio, das pausas, do ar puro, dos exercícios físicos, da respiração consciente, do contato com a natureza, dos banhos de sol, de mar, de cachoeira e de floresta.
Ao equilibramos as energias fundamentais para a manutenção da vida (ar, fogo, água e terra), podemos estimular as forças curativas presentes em nós, ampliar a percepção das nossas necessidades fundamentais e expandir os potenciais de desenvolvimento do nosso Ser.
A chave está em compreender a natureza da vida e criar um ritual para abençoá-la.
Nelma da Silva Sá é Facilitadora, Educadora, Pedagoga e Administradora de empresas. Coach de Processo de Transição Profissional. Especialista em Dinâmica Organizacional, Gestão e Ambiente de Trabalho. Pós-graduada em Transdisciplinaridade e Desenvolvimento Integral do Ser Humano pela Universidade Internacional da Paz. Experiência em Organizações Privadas com foco em implantação de Projetos e Desenvolvimento de Equipes e Lideranças. Cofundadora, Presidente e Coordenadora Pedagógica da Unipaz São Paulo. Facilitadora dos Programas: Eneagrama, Autogestão, Educação Ambiental e A Arte de Viver a Vida de Pierre Weil.