Unipaz São Paulo

A arte de Viver em Paz – UNESCO

‘’A paz vista como um estado de harmonia e fraternidade entre as pessoas e as nações parte do pressuposto de que só um trabalho direto e construtivo sobre os grupos e as sociedades poderá pôr fim definitivamente às guerras. Escolas, jornais, televisão, cinema, teatro, informática e todos os veículos mais modernos seriam convidados a participar dessa reeducação das sociedades, com o objetivo de mudar efetivamente o plano das atividades coletivas. Esse é também um dos focos de ação da UNESCO.’’

Pierre Weil – A Arte de Viver em Paz (p. 33).

A UNESCO e Pierre Weil compartilham história, missões e nasceram no mesmo país. Pelo seu legado imensurável para a Cultura de Paz, na virada do milênio, em 2000, a obra A Arte de Viver em Paz foi reconhecida pelo Prêmio Unesco de Educação para a Paz e destacada como expressão de um movimento pioneiro de síntese entre métodos fragmentados de Educação para a Paz pelo Bureau Internacional da Educação da UNESCO, em Genebra.

UNESCO é a sigla que define a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura. A agência internacional especializada da ONU com sede em Paris, na França, nasceu no ano de 1945, após a Segunda Guerra Mundial. Tempo em que Pierre já atuava como Samurai da Paz ao se alistar como enfermeiro em outra grande organização dedicada ao serviço humanitário, a Cruz Roja.

A primeira vez que tive acesso a A Arte de Viver em Paz foi pela voz sutil e aula transcendente da Lydia Rebouças, durante a pós-graduação em Psicologia Transpessoal na Unipaz São Paulo. Naquele dia, abriu-se em meu coração um portal de curiosidade, entusiasmo e esperança. E mesmo sem ter lido a obra completa até então, em algum lugar do meu ser, sabia que este seria o legado didático que guiaria o meu atuar profissional e a elaboração da tese do doutorado na linha de pesquisa em Educação e Comunicação para a Paz. 

A primeira vez que tive acesso fisicamente à UNESCO foi recentemente, na realização da Semana da América Latina e Caribe, em Paris. Todos os anos, a UNESCO celebra essa semana e desenvolve programações especiais, envolvendo culturas, troca de conhecimento, exposições, danças, artistas, investigadoras/es sociais, ativistas e agentes de paz. Estar em presença neste espaço-tempo trouxe um êxtase divino muito semelhante ao que senti na primeira vez que me deparei com a fala sobre a obra.

O arrepio na alma foi maior ao viver uma singela e sagrada experiência na biblioteca oficial, repleta de saberes a serviço da filosofia e ações pela cultura de paz. Para lograr uma reserva nesse lugar, fiz uma consulta online e vi que havia a possibilidade de reservar um horário para consultar livros que só ali existem na forma física. A Arte de Viver em Paz é um deles.

Após realizar a reserva prévia, quando adentrei nesse espaço de puro silêncio, deparei – me com um doce sorriso da bibliotecária que disse que estava à minha espera. Acima do livro, havia um papel escrito por ela com o meu nome, manifestando que aquele exemplar estava aos meus cuidados.

Existem cenas em nossa existência que ficam guardadas, em códigos e cápsulas de memória e que,  muitas vezes, nos dão a sensação de já ter vivido isso antes. Naquele momento, em meio àquele simbólico papel com meu nome e sorriso, eu experienciei essa sensação. Ao mesmo tempo em que,  na doçura do sorrir, eu senti Lydia, Pierre, Nelma e a forte presença de toda a turma 6 do curso de Psicologia Transpessoal, do qual com muito amor sou parte. 

Aceitando o convite de mudar efetivamente o plano das atividades coletivas, sinto que o realizamos através do espírito. Um caminho que pode se manifestar como rio turbulento, árvore sábia, sorriso milagroso ou beija-flor de volta ao ninho.

O Preâmbulo do Ato Constitutivo da UNESCO, organização mundial dedicada principalmente em propagar e proteger a cultura, a paz e a educação, afirma que: “Nascendo a guerra no espírito da humanidade, é no espírito da humanidade que devem erguer-se as defesas da paz”. E é neste espírito que A Arte de Viver em Paz se manifesta como um teletransporte de volta ao lar. 

Bárbara Tomiatti Giancola é  Doutoranda em Estudos Internacionais em Paz, Conflitos e Desenvolvimento pela Universitat Jaume I, Pós-graduanda em Psicologia Transpessoal pela Unipaz São Paulo, Mestra em Comunicação com Fins Sociais pela Universidad de Valladolid e graduada em Relações Públicas pela faculdade Cásper Líbero. Com vivência internacional na Nova Zelândia e Espanha, é eterna mestra e aprendiz da Comunicação para a Paz. Está a serviço da vida como fundadora da Comunica com Alma, projeto internacional de Comunicação para a Paz e Desenvolvimento Humano.

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