Unipaz São Paulo

Minha jornada interestelar

Um pouso interessantíssimo pela Turma 06 da Transpessoal na Unipaz

Nelma pergunta se quero escrever um texto para este espaço, o Blog, e passa um seriado com diversas temporadas na minha cabeça. Reflito sobre a jornada. Não cabe na dinâmica do papel, tento situar e me deparo com ter que fazer caber e editar – sei que tempo é das energias mais preciosas que cada um de nós tem pra dar, mas não consigo elencar uma passagem específica. Escolho uma história para contar, aspectos sensíveis e interessantes sobre a aterrissagem nessa viagem que vem sendo a TT6 da Unipaz.

Havia escutado falar da universidade pela Bia Mattos, que leciona na instituição, há mais de dez anos. Em 2021, finalmente entrei em contato com a Glorinha e me candidatei.O ingresso para a Turma Transpessoal 06 aconteceu em um momento pessoal ímpar: estava decidida a me comprometer e encarar um sistema enorme, poderoso e vigente, o patriarcado, e me resgatar.

Na entrevista, conheci a Nelma. Minha maior vontade era me independer e aprender a atender em terapia. Comentei, claro, sobre finanças. Precisava de desconto para arcar com a formação toda. Marcou a frase que seria uma espécie de guia para essa baita aventura: “você vai dar um jeito de fazer isso dar certo, confia”.

A jornada

A curiosidade sobre o que viria pela frente andava cansada, mas já escrevi sobre confiança ser processo mesmo que invisível de saber que algo tece junto, comigo e com todo mundo que se atentar. Ligo muito pra este tipo de coisa.

Começam as aulas. Exposições temáticas e práticas, trocas com figuras que carregam muito mais do que currículos (pero que los hay…). Almas conectadas com o que estão a ensinar e isso toca a gente de uma forma diferente. A gente: não todo mundo, é claro, mas uma vez que estamos cursando a Transpessoal na Unipaz, há um consenso e ele se parece com a convocação para mergulhar

É seguro, embora seja muitas vezes dolorido. O corpo docente, focalizadores, a comida, os ambientes… está tudo ali, nos sentimos convidados a experimentar. Fazendo, nos deparamos com a possibilidade de tocar profundezas e impulsionar nelas, o quanto dá pra cada um. Abrimos portas para acolher mais e mais repertório – seja em clínica, com o outro, seja na experiência pessoal.

Pontualmente, nos módulos do eneagrama e da respiração holotrópica, me permiti a entrega total. 

Deu certo, fui eu que fiz

Aproveitei cada lâmina projetada e cada voz que conheci e encontrei. Peguei em livros e textos e chorei, nossa, como chorei. Dei, provavelmente, o grito mais intenso do exercício da cuia de lágrimas e me orgulho tanto disso que nem sei. Apesar de pouco ter ouvido falar sobre enorme parte dos aspectos abordados encontro após encontro, já havia sentido – e muito.

Na Unipaz, esse tipo de coisa é coisa séria e acontece o tempo todo: recebemos ofertas irrecusáveis para ser e estar.. Amparada e acompanhada pelo grupo – bobagem grande isso de nascer só e morrer só – investi na busca por coragem. 

Agi. Ah, se tem algo que fiz foi atuar para ser atravessada! Estar em contato com sensações, nomeá-las, adquirir informações sobre elas e evoluir. Conhecer o processo e passar por ele. Do ouro que fiz alquimia com, durante este processo, os desenhos e seus enormes recados me são os mais preciosos. 

Logo eu, do texto, do word, do verbalizado. 

Confiei naquele percurso. Confiei no progresso. Confiei nas muitas vozes femininas que escutei, confiei no desconhecido apresentado pela Giselda, desabrochado, literalmente, mais tarde pela Layla. Pra você ter uma ideia, nestes quase dois anos, registrei e dei forma para minha ferida fundamental. Um coração com tentáculos em tule suave que enfeita meu vestido de mulher, mas vou deixar essa prosa para a tão aguardada transformatura.

Até lá, vale o registro de que não à toa nos chamam de Aprendizes. Finda esta etapa da estrada, mas a caminhada segue – definitivamente, bem acompanhada por melhores perguntas e respostas autênticas dadas de mim para o mundo.

Sigo desperta e, ufa, novamente curiosa.

Mariana de Aguirre Nassif é comunicóloga nata, desde pequena denuncio. Organizo e conto histórias, amparo a construção de narrativas pessoais e corporativas pelo viés das relações públicas – mercado no qual atuo como assessora de imprensa há mais de vinte anos. Pós-graduada em Psicologia Transpessoal pela Unipaz SP, realizo a graduação em Psicologia na PUC Minas Poços de Caldas. Estudo e compartilho saberes sobre o Le Petit Lenormand, o baralho cigano, no Blog Magenta, onde abordo aspectos arquetípicos (com os mágicos, realizo atendimentos individuais). Sou mãe da Clara e filha de Santo. Amar é quente sim, e fim. Tenho um livro chamado Invisível publicado e escrevo um outro, previsto para 2026.

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