Ao invés de anestesiar nosso sentir, nosso pensar, nosso querer, os questionamentos
são um convite, a nós mesmos e ao outro, para ver além do que já foi visto”. “A resposta
certa, não importa nada: o essencial é que as perguntas estejam certas”
Mario Quintana
Perguntar, por quê?
Sócrates, o incansável perguntador, baseava-se na ideia de que o conhecimento é latente na mente de todo ser humano, podendo ser estimulado ou aflorado pelas respostas encontradas por meio de perguntas.
Quem convive com as crianças sabe que elas dominam a arte de fazer perguntas. Os pequenos cientistas, por meio do brincar, encontram algo novo, questionam, aprendem um pouquinho sobre isso, tiram suas conclusões e já seguem para novas descobertas, sozinhos ou em grupos.
É aí que a curiosidade acontece: no intervalo entre aprender alguma coisa e ser exposto a algo novo. É dessa forma que as crianças vão conhecendo o mundo e a si mesmos. Se esse processo é tão rico, divertido e prazeroso, por que nós, adultos, paramos de questionar? As pesquisas dizem que, apesar de a curiosidade ser parte integrante da experiência humana, ela é mais natural na primeira infância, em função do desenvolvimento cognitivo que vai organizando um repertório de respostas.
Além das características inerentes ao desenvolvimento, outros elementos da vida social (gestos, olhares, posturas e julgamentos) também vão moldando nossos comportamentos. Quer um exemplo? Pense no mundo do trabalho!
Nesse ambiente, os questionamentos normalmente são considerados improdutivos, desconfortáveis e até mesmo impróprios, dependendo do estilo da empresa e das hierarquias estabelecidas. Pessoas mais “perguntadeiras” podem ser taxadas de inadequadas, inseguras, incompetentes etc. etc. etc. Com isso, vamos desaprendendo a gerar novas perguntas.
E aí? Será que você faz parte das pessoas que abafaram sua capacidade de perguntar?
Para descobrir a resposta, um bom caminho pode ser observar como se estabeleceu a sua relação com o “Saber” e o “Não Saber”. Vamos explicar: a nossa sociedade tende a associar o “Saber” com o valor que é atribuído ao acúmulo de conhecimentos. Nesse caso, quanto menos perguntas, mais “pareceremos saber”.
O problema é que esse comportamento leva as pessoas a uma zona de conforto, que pode ser um obstáculo para o crescimento e a evolução humana.
E, se, no futuro, a habilidade mais essencial for a capacidade de formular boas perguntas?
Pois é, esse futuro já chegou. O avanço da Inteligência Artificial (chat GPT e aplicativos similares), que apoia e facilita a construção do conhecimento, exige de nós, usuários, a habilidade de formular perguntas. Quanto mais direcionada e assertiva a pergunta, maior será a qualidade e a profundidade da informação disponibilizada.
Para além da inteligência artificial, há um outro caminho de construção de conhecimento e desenvolvimento humano que traz em si uma potente tecnologia. É o “Encontro com o Outro”, o aprendizado que nos faz crescer juntos, abrindo o coração para o novo a cada olhar trocado, palavra ouvida e sorriso compartilhado.
Aqui, na Unipaz, o aprendizado acontece nesse ambiente potente do encontro, o lugar onde podemos exercer com liberdade o ofício de perguntador. Afinal, abrir-se às perguntas é um convite à aceitação da nossa vulnerabilidade, reconhecendo-a como um recurso capaz de aprofundar, ampliar e construir novas visões de ser e estar num mundo em constante mudança.
Tem alguma pergunta? Quer saber mais sobre o assunto? Questione-se!
É tempo de resgatar a criança curiosa que espontaneamente se encantava com suas descobertas. É o momento de viver as perguntas essenciais, aquelas que têm o poder de nos levar às maravilhosas aventuras nas trilhas do Saber e do Não Saber.
Lenita Fujiwara é redatora, reikiana, aprendiz de pós-graduação em Psicologia Transpessoal e membro da equipe de Comunicação da Unipaz SP, além de practitioner de Barras de Access e terapeuta Alquímica Floral.
Nelma da Silva Sá é Facilitadora, Educadora, Pedagoga e Administradora de empresas. Coach de Processo de Transição Profissional. Especialista em Dinâmica Organizacional, Gestão e Ambiente de Trabalho. Pós-graduada em Transdisciplinaridade e Desenvolvimento Integral do Ser Humano pela Universidade Internacional da Paz. Experiência em Organizações Privadas com foco em implantação de Projetos e Desenvolvimento de Equipes e Lideranças. Cofundadora, Presidente e Coordenadora Pedagógica da Unipaz São Paulo. Facilitadora dos Programas: Eneagrama, Autogestão, Educação Ambiental e A Arte de Viver a Vida de Pierre Weil.